YOLMAR FREIRE
sexta-feira, 27 de outubro de 2017
quarta-feira, 1 de julho de 2015

Instituto
Superior de Educação
CURSO DE BIOLOGIA
TRABALHO DE CAMPO DE
GEOLOGIA
SÁBADO
LETIVO
Professor: Yolmar Freire
Turma: 1º período
Local: Ilha do Farol em Arraial
do Cabo
Data: 27/06/2014
Horário: 8h às 17h. ( Ponto de
encontro – Praça do Cova na Praia dos Anjos )
Justificativa: A disciplina Geologia
por meio deste trabalho de campo, objetiva oferecer uma sólida fundamentação
teórica e prática na formação do profissional de Biologia, contribuindo para
reflexão sobre as mudanças de paradigmas.
O trabalho de
campo constitui-se como instrumento fundamental para a "leitura", por
meio da qual se desvenda o entorno estabelecendo à mediação entre o registro, o
conhecimento já sistematizado, informado o seu significado, auferido
através de um processo dinâmico e dialético para o entendimento da realidade.
Objetivos: Identificar os
processos refente ao intemperismo químico, físico e biológico, tipos de rochas
bem com os processoa erosivos referentes às ações internas e externas de
transformação da superfície terrestre.
Discutir o conjunto de
questões teóricas e práticas que dizem respeito aos problemas enfrentados pelo
profissional de Biologia no cotidiano escolar.
b
Entender, que
- como instrumento, técnica, método ou meio - o trabalho de campo vem a ser
toda a atividade que proporciona a construção do conhecimento em ambiente
externo ao das quatro paredes, através da concretização de experiências que
promovam a observação, a percepção, o contato, o registro, a descrição e
representação, a análise e reflexão crítica de uma dada realidade.
1 Pesquise sobre a Cidade onde será realizado o trabalho de campo bem como o local especifico, aspectos gerais. (a pesquisa deverá ser feita antes do trabalho)
2. Registre por meio de câmera digital bem como faça
anotações.
3. Calça jeans, tênis apropriado, protetor solar,
cantil e boné.
Não
há contexto teórico se este não estiver em união dialética com o contexto
concreto.
Paulo Freire
_____________________
Prof. Yolmar Freire
terça-feira, 22 de julho de 2014
Centro Municipal de Reabilitação Oscar Clark: O CMR Oscar Clark conta com um Centro d...
Centro Municipal de Reabilitação Oscar Clark:
O CMR Oscar Clark conta com um Centro d...: O CMR Oscar Clark conta com um Centro de Especialidades Odontológicas - CEO - situado no andar térreo da unidade onde os usuár...
O CMR Oscar Clark conta com um Centro d...: O CMR Oscar Clark conta com um Centro de Especialidades Odontológicas - CEO - situado no andar térreo da unidade onde os usuár...
quarta-feira, 22 de maio de 2013
Uma das realidades mais extraordinárias do mundo atual é a velocidade com que são transmitidas informações entre diferentes lugares, quer estejam próximos quer distantes, fazendo deles lugares mundiais. A comunicação e a circulação de informações - dadas, idéias ou decisões - ocorrem instantaneamente, no chamado tempo zero. Isso sem falar que essas informações podem chegar, ao mesmo tempo, em vários lugares. Velocidade, instantaneidade e simultaneidade são características do que chamamos de meio técnico-científico informacional.
A Em 1982, o geógrafo Milton Santos, em seu trabalho intitulado Pensando o Espaço do Homem, já alertava para o fato de que, das múltiplas denominações aplicadas ao nosso tempo, nenhuma é mais expressiva que a de período tecnológico. Dizia ele que a técnica é um intermediário entre a natureza e o homem desde os tempos mais remotos e inocentes da História. Mas, ao converter-se num objeto de elaboração científica sofisticada, acabou por subverter as relações do homem com o meio, as relações entre as classes sociais e até mesmo as relações entre as nações.
Para Milton Santos, a ciência, a tecnologia e a informação, hoje, são a base técnica da vida social, ou, em outras palavras, o meio técnico-científico informacional é um meio geográfico no qual o território inclui obrigatoriamente ciência, tecnologia e informação.
Nas últimas décadas, a revolução tecno-científica em curso se deu destacadamente no campo da microeletrônica e das telecomunicações, e ocorreu juntamente com a reestruturação da produção e do trabalho no sistema capitalista, da economia internacional e dos territórios. A alta tecnologia permitiu a crescente internacionalização da economia e a interpenetração das economias nacionais, ou seja, a interpenetração do capital, do trabalho, dos mercados e dos processos de produção baseados na informação. E, com isso, países e nações deixam de ser unidades econômicas de nossa realidade histórica.
A economia capitalista, dominante no mundo, estimula a competição econômica e força as empresas - principalmente as de grande porte - a buscarem a eficácia, gerando com isso uma sucessiva revolução do trabalho, da técnica e dos produtos. Sistemas cada vez mais aperfeiçoados de comunicação e de fluxos de informações, junto com técnicas mais racionais de distribuição, tais como empacotamento, controle de estoques e conteinerização, permitem a aceleração das atividades e da circulação de mercadorias. Bancos eletrônicos e dinheiro "de plástico" são inovações que agilizam os fluxos de dinheiro e permitem a aceleração dos negócios nos mercados financeiros e de serviços, tanto nacionais como internacionais.
A economia de mercado sempre buscou a redução das distâncias porque isso significaria redução do tempo de produção, de circulação e de consumo de mercadorias e, conseqüentemente, redução dos custos, pois, no sistema capitalista de produção, tempo é dinheiro. Grandes avanços foram feitos nesse sentido, ao longo do século XIX e na primeira metade do século XX. Eram inovações voltadas para a remoção das barreiras espaciais - uma questão "deveras geográfica" na história das sociedades capitalistas.
Foi isso que aconteceu quando surgiram as estradas de ferro, o cabo submarino, o telégrafo sem fio, o automóvel, o telefone, o rádio, o avião a jato e a televisão que, ao formarem redes técnicas de circulação e comunicação, permitiram (cada um há seu tempo e interligando-se aos demais) realizar integrações territoriais, quebrando as barreiras físicas para o transporte e para a circulação de matérias-primas, de bens produzidos, de pessoas, de idéias, de decisões e de capital. Mas nenhuma dessas inovações comprimiu tanto o espaço, acelerando o processo de integração, como as novas tecnologias da informação.
Hoje ocorre um aumento significativo na densidade das redes de circulação e de comunicação. E essas redes podem se superpor umas às outras, permitindo simultaneamente a aceleração nos processos de integração produtiva, integração de mercados, integração financeira, integração de informações. Mas, ao mesmo tempo e perversamente, geram um processo de desintegração, pelo qual países e nações são excluídos das vantagens propiciadas pela alta tecnologia da informática, como ocorre, notadamente, com nações africanas.
No entanto, a exclusão não se dá apenas em relação às nações mais pobres. Tal exclusão atinge também milhões de trabalhadores nas economias de tecnologia mais avançada. Em países desenvolvidos, máquinas inteligentes estão substituindo trabalhadores de escritórios e operários que, a cada dia, engrossam as filas dos desempregados.
Podemos então deduzir que a tecnologia é um fator importante, mas ela, por si só, não explica a História dos homens.
A Em 1982, o geógrafo Milton Santos, em seu trabalho intitulado Pensando o Espaço do Homem, já alertava para o fato de que, das múltiplas denominações aplicadas ao nosso tempo, nenhuma é mais expressiva que a de período tecnológico. Dizia ele que a técnica é um intermediário entre a natureza e o homem desde os tempos mais remotos e inocentes da História. Mas, ao converter-se num objeto de elaboração científica sofisticada, acabou por subverter as relações do homem com o meio, as relações entre as classes sociais e até mesmo as relações entre as nações.
Para Milton Santos, a ciência, a tecnologia e a informação, hoje, são a base técnica da vida social, ou, em outras palavras, o meio técnico-científico informacional é um meio geográfico no qual o território inclui obrigatoriamente ciência, tecnologia e informação.
Nas últimas décadas, a revolução tecno-científica em curso se deu destacadamente no campo da microeletrônica e das telecomunicações, e ocorreu juntamente com a reestruturação da produção e do trabalho no sistema capitalista, da economia internacional e dos territórios. A alta tecnologia permitiu a crescente internacionalização da economia e a interpenetração das economias nacionais, ou seja, a interpenetração do capital, do trabalho, dos mercados e dos processos de produção baseados na informação. E, com isso, países e nações deixam de ser unidades econômicas de nossa realidade histórica.
A economia capitalista, dominante no mundo, estimula a competição econômica e força as empresas - principalmente as de grande porte - a buscarem a eficácia, gerando com isso uma sucessiva revolução do trabalho, da técnica e dos produtos. Sistemas cada vez mais aperfeiçoados de comunicação e de fluxos de informações, junto com técnicas mais racionais de distribuição, tais como empacotamento, controle de estoques e conteinerização, permitem a aceleração das atividades e da circulação de mercadorias. Bancos eletrônicos e dinheiro "de plástico" são inovações que agilizam os fluxos de dinheiro e permitem a aceleração dos negócios nos mercados financeiros e de serviços, tanto nacionais como internacionais.
A economia de mercado sempre buscou a redução das distâncias porque isso significaria redução do tempo de produção, de circulação e de consumo de mercadorias e, conseqüentemente, redução dos custos, pois, no sistema capitalista de produção, tempo é dinheiro. Grandes avanços foram feitos nesse sentido, ao longo do século XIX e na primeira metade do século XX. Eram inovações voltadas para a remoção das barreiras espaciais - uma questão "deveras geográfica" na história das sociedades capitalistas.
Foi isso que aconteceu quando surgiram as estradas de ferro, o cabo submarino, o telégrafo sem fio, o automóvel, o telefone, o rádio, o avião a jato e a televisão que, ao formarem redes técnicas de circulação e comunicação, permitiram (cada um há seu tempo e interligando-se aos demais) realizar integrações territoriais, quebrando as barreiras físicas para o transporte e para a circulação de matérias-primas, de bens produzidos, de pessoas, de idéias, de decisões e de capital. Mas nenhuma dessas inovações comprimiu tanto o espaço, acelerando o processo de integração, como as novas tecnologias da informação.
Hoje ocorre um aumento significativo na densidade das redes de circulação e de comunicação. E essas redes podem se superpor umas às outras, permitindo simultaneamente a aceleração nos processos de integração produtiva, integração de mercados, integração financeira, integração de informações. Mas, ao mesmo tempo e perversamente, geram um processo de desintegração, pelo qual países e nações são excluídos das vantagens propiciadas pela alta tecnologia da informática, como ocorre, notadamente, com nações africanas.
No entanto, a exclusão não se dá apenas em relação às nações mais pobres. Tal exclusão atinge também milhões de trabalhadores nas economias de tecnologia mais avançada. Em países desenvolvidos, máquinas inteligentes estão substituindo trabalhadores de escritórios e operários que, a cada dia, engrossam as filas dos desempregados.
Podemos então deduzir que a tecnologia é um fator importante, mas ela, por si só, não explica a História dos homens.
sábado, 18 de maio de 2013
Desenvolvimento sustentável e a Educação Profissional Integrada à Educação Básica na Modalidade de Jovens e Adultos.
Desenvolvimento sustentável e a Educação Profissional Integrada à Educação
Básica na Modalidade de Jovens e Adultos.
Yolmar
Freire
Resumo: O
Desenvolvimento Sustentável a partir de sua popularização em 1987, tornou-se
uma solução, conseguindo adeptos em diferentes segmentos da sociedade. Por
conseguinte, através de um exame dessa concepção, percebe-se o seu caráter
estritamente estratégico. Percebendo-se explicitamente e implicitamente a
reprodução de discursos, de cada época. No ensino da Educação Profissional Integrada à Educação
Básica na Modalidade de Jovens e Adultos - a participação do
desenvolvimento nos conteúdos se torna necessário, especificamente nos dias
atuais para mostrar como essa concepção se manifesta e como ela se transforma
através das adjetivações.
Palavras-Chave: Desenvolvimento
Sustentável, Educação
Profissional Integrada à Educação Básica na Modalidade de Jovens e Adultos
e Ensino-aprendizagem.
Sustainable development and Integrated education
Professional to basic education in youth and adults.
Abstract: Sustainable development
from its popularization in 1987, became a solution, achieving supporters in
different segments of society. Therefore, through an examination of this
conception, realizes its strategic strictly. Realizing explicitly and
implicitly playback speeches, each season. Teaching Integrated professional
education in basic education of youths and adults-participation in content
development becomes necessary, specifically today to show how this conception
manifests itself and how it changes through adjetivações.
Key Words: Sustainable
development, Integrated Professional Education to basic education in youth and
adults and teaching and learning.
Introdução
O objetivo
central desse artigo, que tem como base registro parcial nas disciplinas,
currículo integrado, políticas públicas, economia solidária, problemas de
aprendizagens, ambientes de aprendizagem, educação matemática, educação da
linguagem e didática, para conclusão do curso de Especialização em Educação
Profissional Integrada à Educação Básica na Modalidade de Jovens e Adultos, bem
como oferecer uma leitura sobre as transformações da concepção de
desenvolvimento e uma das suas formas atuais, que é o desenvolvimento
sustentável, sobretudo, mostrando como essas concepções atingem o ensino na Educação
Profissional Integrada a Educação Básica na Modalidade de Jovens e Adultos.
Assim,
pretendemos mostrar e analisar a concepção de desenvolvimento sustentável e, ao
mesmo tempo, temos a intenção de visualizar como essa concepção está presente
no ensino da Educação
Profissional Integrada a Educação Básica na Modalidade de Jovens e Adulto.
Prática de desenvolvimento sustentável.
A prática de
desenvolvimento sustentável adotada em algumas regiões visa à melhoria sócio
econômica dos trabalhadores, a Educação Profissional Integrada a Educação Básica na
Modalidade de Jovens e Adultos e a ferramenta fundamental para que esse
meio possa ter sustentabilidade, pois estes vivem impossibilitados de ter
emprego digno para sobrevivência de seus familiares, devido a falta de empreendimentos
para oferecer trabalho dentro da formalidade. Percebemos então a necessidade de
implantar a economia solidária sustentável utilizando a Educação Profissional Integrada a Educação
Básica na Modalidade
de Jovens e Adultos para conscientizar e
escolarizar essa classe de trabalhadores através de organizações não
governamentais como cooperativas, ONGs e associações, aproveitando um grande
contingente de matéria prima, como fibra de banana, sementes da mata atlântica,
cipós, bambus, taboa dentre outros, existente no meio rural, utilizando todas
essas matérias primas para gerar uma economia e sustentabilidade do indivíduo
em seu próprio meio. O artesanato, aproveitando esses artefatos, poderá tornar-se
uma fonte de renda antes não utilizada pelos homens do campo de diversas regiões
rurais.
De acordo com o
que foi discutido na “Conferência Regional sobre economia Solidária do Estado
do Rio de Janeiro, em Abril de 2010 no município de Rio das Ostras “vivemos em
uma sociedade marcada pela rede de competitividade que abraça o planeta em uma
corrida desleal em relação aos detentores do poder, e aqueles que lutam por sua
sobrevivência. Estamos inseridos em uma aldeia global, em que cada vez mais
aproxima as pessoas em um paradoxo que sincronicamente exclui grande parcela da
população mundial do acesso a esse crescimento perseguido e idealizado por
todos. O capitalismo em suas famigeradas formas de liberalismo e neoliberalismo
foram, ao longo do nosso processo de construção histórica, moldando os perfis
sociais e as forças produtivas de nosso país de forma alienadora resultando em
um distanciamento sem precedentes do homem e de outros seres humanos e naturais que constituem o espaço em que
habitamos,o planeta Terra”.
O homem no mundo e como o mundo.
Natureza e cultura. (FREIRE. 1985 p.124)
A Economia
Solidária com a instrumentalização a partir da Educação Profissional Integrada a Educação
Básica na Modalidade de Jovens e Adultos, é um jeito diferente de
produzir, vender, comprar e trocar o que é necessário para sobreviver sem
explorar ninguém e sem destruir o meio ambiente, desenvolvendo seu meio com
sustentabilidade. Com essa forma de organização haverá um fortalecimento de
toda comunidade,sem patrão e sem empregado cada um pensando no bem de todos e
no seu próprio bem.
A Economia
Solidária associada ao sistema de ensino do PROEJA é uma prática regida pelos
valores de autogestão, democracia, cooperação, solidariedade, respeito à
natureza, promoção da dignidade e valorização do trabalho humano, tendo em
vista um projeto de
desenvolvimento
sustentável global e coletivo, também entendida com estratégia de enfrentamento
da exclusão social e da precariedade de trabalho.
A construção e
projeção de uma qualificação solidária/PROEJA vão ao encontro dos ideais de uma
sociedade civil ativa e cooperativista, mas que acima de tudo, compreenda-se
como parte integrante de um ecossistema que deve ser desenvolvido de forma
sustentável, para assegurar a valorização do homem e ao mesmo tempo garantir
seu espaço vital neste planeta. O desenvolvimento comprometido com o bem estar
de todos, colocando o potencial humano sobreposto ao lucro desenfreado, uma
sociedade que possa crescer de forma harmoniosa sem que para tanto tenha que
destruir as suas bases morais, ambientais, familiares e institucionais em prol
da qualidade de vida de todos.
O
processo de empreendimento e análise nesta proposta, investindo em matérias
primas antes não utilizadas, levando em conta que não substituem as
experiências populares prévias, e sim revigoram e orientam os ativos sócios
econômicos da camada popular correspondente, abrindo novas oportunidades
utilizando a racionalidade.
Os
resultados da utilização deste processo de transformação da matéria prima
mostra que as atrações mais importantes ocorrem entre os indicadores da
dimensão prática de auto solidarialismo, mas com uma visão de desenvolver o
empreendedorismo, partindo do local para o global, permitindo a prática de
preservação do meio, ou seja, havendo um engajamento social.
Há uma ligação
íntima entre o desenvolvimento e o crescimento econômico, assim, dados de
crescimento, como o PIB, contemplaria o nível de desenvolvimento de um país,
por exemplo, sendo um indicador decisivo para a classificação dos países.
Essa redução do
desenvolvimento no crescimento econômico funciona como uma grande cortina de
fumaça, para usar uma expressão cunhada por, (RODRIGUES, A. M. 2005),
principalmente para aceitar que a meta de um país subdesenvolvido deva ser o
desenvolvimento, para aceitar a implantação de um modelo externo no seu
território, e, também, para escamotear problemas sociais e ambientais, que são
justificados pelo desenvolvimento, ou arbitrariamente julgados como assuntos de
segundo plano.
João
Rua esclarece que a temática do desenvolvimento, mesmo levando em consideração
suas novas formas, é atrelada a noção de crescimento econômico, que se tornou a
concepção mais dominante (RUA 2008). Complementando, J.E. da Veiga além de
afirmar a forte ligação entre crescimento econômico e desenvolvimento, mostra
que não havia necessidade dessa discussão
até
os anos 60, já que os países chamados subdesenvolvidos eram aqueles com o processo
de industrialização inacabados ou que não haviam iniciado o processo de
industrialização, logo, era simples a separação entre desenvolvidos e
subdesenvolvidos. (VEIGA 2005) .
Alguns autores
ultrapassaram o sedutor discurso do desenvolvimento e o trata como uma farsa,
no sentido de não trazer uma real mudança social, econômica, política etc. para
toda sociedade, principalmente para as classes menos abastadas. Dois autores
especificamente se destacam nessa abordagem, que são os economistas: Celso
Furtado e Giovani Arrighi.
Furtado trata o
desenvolvimento como um mito a partir do seu magnífico livro datado de 1974 “O
mito do desenvolvimento”. O autor afirma que o processo de industrialização da
periferia se distingue em vários sentidos do processo de industrialização do
centro, salienta também o dinamismo econômico dos países centrais que contrasta
com a concentração de renda dos países periféricos.
A intenção de
Furtado é mostrar que a idéia dos povos pobres desfrutarem das formas de vida
dos atuais países ricos é algo irrealizável, e, que o mito do desenvolvimento,
assim, estabelecido, legitima a destruição da cultura e do meio físico.
(FURTADO 1974)
Arrighi mostra
que é difícil a mobilidade na rígida estrutura capitalista, afirmando que são
irrisórias as chances de transposição entre os pobres da periferia para a
semiperiferia, e deste último grupo para o núcleo orgânico. Embora possível é
improvável a inclusão de novos países no núcleo orgânico.(ARRIGHI 1997)
Mesmo se
tratando de um critério econômico, como critica Veiga, a contribuição de
Arrighi é valiosa, pois a estrutura do capitalismo, essencialmente desigual,
não suporta a mobilidade dos povos pobres para um estágio de riqueza, que
poderia afetar outros aspectos, além disso, existe a necessidade da existência
de uma classe pobre, para ser, sobretudo, dominada e explorada, e, manter a
condição de domínio das classes mais abastadas.
Tratando
de forma mais ampla da temática desenvolvimento, M.L. de Souza insiste que o
desenvolvimento não pode ser considerado apenas pelo aspecto econômico, mesmo
sendo este um aspecto
importante. Assim: “O desenvolvimento
é, antes que uma
mudança
qualitativa
das relações sociais, acima de tudo uma expansão quantitativa nos marcos
qualitativos essenciais e inquestionados do modelo social capitalista” (2005,
p. 19).
Educação
Profissional Integrada à Educação Básica na Modalidade de Jovens e Adultos.
A
Educação
Profissional Integrada à Educação Básica na Modalidade de Jovens e Adultos/PROEJA
visa oferecer oportunidades educacionais aos jovens e adultos que não
concluíram o ensino fundamental bem como aos que concluíram o fundamental e não
cursaram nenhum curso profissionalizante à nível técnico ou médio, para que as oportunidades de empregabilidade
possam chegar a seu alcance.
Em 13 de junho de 2005, por
meio da Portaria nº
2.080, o Ministério da Educação estabeleceu, na esfera dos Centros
Federais de Educação Tecnológica (Cefet), das Escolas Técnicas Federais, das
Escolas Agrotécnicas Federais (EAF) e das Escolas Técnicas Vinculadas às
Universidades Federais as diretrizes para a oferta de cursos de educação
profissional integrada com o ensino médio na modalidade de educação de jovens e
adultos.
Estando as diretrizes estabelecidas, o MEC optou pela criação de um programa que abrangesse cursos com essa configuração. Assim, no dia 24 de junho do mesmo ano, foi promulgado o Decreto nº 5.478, que instituía, no âmbito das instituições federais de educação tecnológica, o Programa de Integração da Educação Profissional ao Ensino Médio na Modalidade de Educação de Jovens e Adultos. Este Decreto foi revogado, em 13 de julho de 2006, pelo Decreto nº 5.840 que, entre outras mudanças, alterou o nome para Programa Nacional de Integração da Educação Profissional com a Educação Básica na Modalidade de Jovens e Adultos. Estão entre os fundamentos do programa as discussões sobre a integração entre formação geral e formação profissional, travadas desde os anos 80 e tendo como marco a promulgação do Decreto nº 5.154, de 23 de julho de 2004. Ainda contribuíram para sua criação, os debates sobre as possibilidades das instituições federais de educação tecnológica atuarem na educação de jovens e adultos. Essas negociações já vinham se desenvolvendo desde o seminário nacional “Ensino Médio: Construção Política”, maio de 2003, e os três encontros nacionais de educação profissional acontecidos, em 2004, nas cidades de Natal, São Paulo e Curitiba. No entanto, a implantação do programa trazia consigo diversos desafios políticos e pedagógicos. Como construir um currículo integrado considerando as especificidades desse público tão diverso; quais os instrumentos para reconhecimento dos saberes adquiridos em espaços não-formais de aprendizagem; como articular as diferentes políticas sociais e qual o papel da escola pública são algumas das questões trazidas pelo Proeja.
Diante desses desafios, a Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (Setec/MEC) optou, ainda em 2005, pela realização de sensibilização para a implementação do Programa nas instituições federais. Participaram dessas oficinas diretores de ensino, gerentes e coordenadores pedagógicos das escolas federais, além de alguns gestores estaduais de Educação Profissional.
Estando as diretrizes estabelecidas, o MEC optou pela criação de um programa que abrangesse cursos com essa configuração. Assim, no dia 24 de junho do mesmo ano, foi promulgado o Decreto nº 5.478, que instituía, no âmbito das instituições federais de educação tecnológica, o Programa de Integração da Educação Profissional ao Ensino Médio na Modalidade de Educação de Jovens e Adultos. Este Decreto foi revogado, em 13 de julho de 2006, pelo Decreto nº 5.840 que, entre outras mudanças, alterou o nome para Programa Nacional de Integração da Educação Profissional com a Educação Básica na Modalidade de Jovens e Adultos. Estão entre os fundamentos do programa as discussões sobre a integração entre formação geral e formação profissional, travadas desde os anos 80 e tendo como marco a promulgação do Decreto nº 5.154, de 23 de julho de 2004. Ainda contribuíram para sua criação, os debates sobre as possibilidades das instituições federais de educação tecnológica atuarem na educação de jovens e adultos. Essas negociações já vinham se desenvolvendo desde o seminário nacional “Ensino Médio: Construção Política”, maio de 2003, e os três encontros nacionais de educação profissional acontecidos, em 2004, nas cidades de Natal, São Paulo e Curitiba. No entanto, a implantação do programa trazia consigo diversos desafios políticos e pedagógicos. Como construir um currículo integrado considerando as especificidades desse público tão diverso; quais os instrumentos para reconhecimento dos saberes adquiridos em espaços não-formais de aprendizagem; como articular as diferentes políticas sociais e qual o papel da escola pública são algumas das questões trazidas pelo Proeja.
Diante desses desafios, a Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (Setec/MEC) optou, ainda em 2005, pela realização de sensibilização para a implementação do Programa nas instituições federais. Participaram dessas oficinas diretores de ensino, gerentes e coordenadores pedagógicos das escolas federais, além de alguns gestores estaduais de Educação Profissional.
Os subsídios colhidos nas
oficinas de sensibilização apontavam para a precisão de aprofundamento nas
diretrizes do Programa, com a explicitação de fundamentos, conceitos e
princípios relativos à proposta. Assim, no final de 2005 foi instituído um
grupo de trabalho formado por representantes da Rede Federal de Educação
Profissional Tecnológica, do Fórum Nacional de Educação de Jovens e Adultos e
de pesquisadores de universidades brasileiras para a elaboração do primeiro
documento-base PROEJA, voltado especificamente para o nível médio – educação
profissional técnica de nível médio com ensino médio.
Após a produção da minuta do
documento, buscou-se promover um debate amplo entre atores interessados nos
campos de atuação do programa: educação profissional, ensino médio e educação
de jovens e adultos. Nessa discussão, destaca-se a participação do Fórum
Nacional dos Gestores Estaduais de Educação Profissional.
Ao mesmo tempo, percebeu-se a
necessidade da promulgação de um novo decreto, em substituição ao 5.478/2004,
dando base legal às alterações propostas. Dessa forma, foi assinado o Decreto
nº 5.840/2006, que, além do nome, conforme citado anteriormente, traz as seguintes
novas orientações: amplia para todos os sistemas públicos de ensino e para as
instituições do Sistema Nacional de Aprendizagem Social (Sistema S) a
possibilidade de atuar como proponente, porém, mantendo a obrigatoriedade para
a Rede Federal; amplia a abrangência para toda a educação básica na modalidade
EJA; inclui a possibilidade de oferta de cursos na forma concomitante, além da
forma integrada; prevê a conclusão dos estudos e a respectiva certificação a
qualquer tempo desde que demonstrado o domínio dos conteúdos do nível de ensino
e institui um Comitê Nacional para acompanhamento e controle social da
implementação nacional do PROEJA, em que a composição, as atribuições e o
regimento serão definidos conjuntamente pelos Ministérios do Trabalho e Emprego
e da Educação.
A partir dessas alterações, surgiram novas demandas no sentido da produção de referenciais teóricos. Nesse sentido, a Setec tem promovido a elaboração de Documentos-Base orientadores, tendo em vista as especificidades de algumas áreas profissionais e de determinadas populações.
A partir dessas alterações, surgiram novas demandas no sentido da produção de referenciais teóricos. Nesse sentido, a Setec tem promovido a elaboração de Documentos-Base orientadores, tendo em vista as especificidades de algumas áreas profissionais e de determinadas populações.
No que diz respeito
à educação básica de Jovens e Adultos no Brasil, pode-se afirmar que predominam
iniciativas individuais ou de organizações isoladas, acarretando, contradições
e descaso dos órgãos responsáveis. Por outro lado, a cada dia, aumenta a
demanda social por políticas perenes nessa esfera. Tais políticas devem pautar
o desenvolvimento de ações baseadas em princípios epistemológicos que resultem
em um corpo teórico bem estabelecido e que respeite as dimensões sociais,
econômicas, culturais e afetivas do jovem e do adulto em situação de
aprendizagem escolar
Evolução do
Desenvolvimento Sustentável
A partir do momento em que o desenvolvimento
sustentável foi pela primeira vez apoiado pela Assembléia Geral das Nações
Unidas através do Relatório Brundtland, em 1987, o conceito de educação para o
desenvolvimento sustentável foi também explorado. A Conferência das Nações
Unidas para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento no Rio de Janeiro (Rio-92) uniu
representantes de governos, organizações internacionais e não-governamentais e
sociedade civil para discutir os desafios do próximo século e adotar um plano
global de ação para enfrentá-los. O plano de ação, conhecida como Agenda 21, forneceu
uma série de princípios para auxiliar Governos e outras instituições na
implementação de políticas e programas para o desenvolvimento sustentável. O
capítulo 36 da Agenda 21 afirma que a educação é essencial no rumo ao
desenvolvimento sustentável.
Seguindo a Rio-92, a Comissão para o Desenvolvimento
Sustentável indicou a UNESCO para ser o organismo coordenador do capítulo 36,
responsável por acelerar as reformas na educação e coordenar as atividades dos
parceiros. A UNESCO foi também encarregada de fornecer apoio técnico e profissional
aos Estados Membros, desenvolvendo currículos experimentais e material de
treinamento; e disseminar políticas, programas e práticas inovadoras para a
Educação para o Desenvolvimento Sustentável. Por mais de uma década, muitas
instituições de ensino superior, organizações não governamentais e agências de
governo do mundo inteiro fizeram esforços significativos para incorporar o
desenvolvimento sustentável em programas acadêmicos, operações e comunidades
locais. A partir dessas experiências, fica claro que embora haja consenso nos
objetivos gerais, sua criação e implementação nos níveis local, regional e
nacional diferem, de acordo com as diferentes condições sociais, econômicas e
ambientais, de forma relevante e culturalmente apropriada. Além disso, iniciativas
educacionais devem levar em consideração as culturas do campo e minorias assim
como assumir e facilitar suas importantes contribuições para o processo do desenvolvimento sustentável. O redirecionamento da educação
para
o desenvolvimento
sustentável deve ser apoiado pela cooperação
internacional em todos os níveis e por múltiplos parceiros. Cada educador e
disciplina têm um aspecto que pode contribuir com o conteúdo. As comunidades
podem contribuir com o desenvolvimento dos currículos de forma a garantir que
esses reflitam o conhecimento, as habilidades, perspectivas e prioridades das
populações locais. Líderes de governo devem dar passos para reorientar as
políticas e sistemas nacionais de educação e estabelecer metas para cumprir compromissos
internacionais. Finalmente, redes e parcerias entre governantes, instituições e
organizações, sociedade civil, setor privado e mídia podem auxiliar na tradução
de conceitos em objetivos e ações.
Nos anos 50 e 60
temos uma ambiguidade no que se diz respeito à análise do desenvolvimento:
“Os anos 1950/60 comportam essa
ambigüidade com relação á idéia de desenvolvimentismo, cujos efeitos se
sentirão no novo período do processo de globalização que se seguirá. É que
naqueles anos se questiona o desenvolvimento lá mesmo onde ele parecia ter dado
certo - isto é, na Europa e nos Estados Unidos -, no momento em que essa idéia
estará sendo recuperada na América Latina, na África e na Ásia, quando ganha
corpo a teoria do subdesenvolvimento (Yves Lacoste, Celso Furtado). Desse modo,
o desenvolvimentismo se difunda no Terceiro Mundo ao mesmo tempo em que o
desenvolvimentismo era questionado no Primeiro” (GONÇALVES, 2004, p. 25).
Na década de 70
emerge a concepção de ecodesenvolvimento, ou seja, mesmo com uma nova roupagem,
o desenvolvimento continua ser o centro das atenções. Por vários motivos,
muitos ainda obscuros, o ecodesenvolvimento não vingou como uma concepção capaz
de discutir a relação entre o crescimento econômico e a conservação do
ambiente, e, mais do que isso, não conseguiu se instalar como concepção
consensual, capaz de aniquilar ou amenizar os antagonismos aflorados,
procedentes da Conferência de Estocolmo em 1972, onde se visualizou duas visões
distintas de desenvolvimento, a pertencente aos países desenvolvidos, que
queriam conter o desenvolvimento dos países subdesenvolvidos e a dos últimos
países, que queriam o direito ao desenvolvimento.
Nessa mesma
década, no Brasil, por exemplo, a noção de desenvolvimento atingia o seu ápice,
era grande meta do governo ditatorial, criador de um verdadeiro consenso, que
ditava que era o momento do Brasil desenvolver, no caso, ideologicamente
crescer economicamente, para mais tarde esse crescimento gerar frutos para a
sociedade. Ficando claro na épica frase do ministro da fazenda Delfim Neto,
onde primeiramente era importante deixar o bolo crescer para mais tarde
reparti-lo.
Ter
a cosciência crítica de que é preciso ser o proprietário de seu trabalho e de
que “este constitui uma parte da pessoa humana” e que a “pessoa humana não pode
ser vendida nem vender-se” é dar um passo mais além das verdareira
trnasformação da realidade para humanizando-a, humanizar os homens.. (FREIRE. 2001 p.185)
Ensino aprendizagem.
Existem alguns
princípios importantes a serem considerados por todos os que se preocupam com a
aprendizagem do aluno, principalmente na Educação Profissional Integrada a
Educação Básica na Modalidade de Jovens e Adultos. Desenvolver o aprendizado em
um contexto que tenha um significado, aproveitando o lugar onde vive e se
relaciona bem como seu ambiente de trabalho, sem dúvida é uma alternativa que
se deve levar em consideração. No entanto, o que vivenciamos é uma escola onde
o professor como agente principal é responsável pelo ensino, sendo as atividades
centralizadas em suas qualidades e habilidades, estando mais preocupado com os
conteúdos a ser trabalhados e não se preocupando com o aprendizado,
contribuindo assim para uma baixa alto-estima do aluno especialmente neste
grupo de pessoas.
Diante desse
contexto, percebemos que o perfil do professor não mudou. Na verdade, são
poucos os que fogem do conceito de educação bancária, ou seja, o saber não
passa de uma doação dos que se julgam detentores do conhecimento, aos que
julgam não saber nada, cabendo então aos donos do conhecimento, transmitir,
passar, dar o grande saber.
Em lugar de comunicar-se, o
educador faz ”comunicados” e depósitos que os educandos, meras incidências,
recebem pacientemente, memorizam e repetem. Eis aí a concepção “bancária” da
educação, em que a única margem de ação que se oferece aos educandos é a de
receberem depósitos, guardá-los a arquivá-los. Margem para serem colecionadores
ou fichadores das coisas que arquivam. No fundo, porém, os grandes arquivados
são os homens, nesta (na melhor das hipóteses) equivocada concepção “bancária”
da Educação (FREIRE 2001 p.58).
Nesta ótica, a
educação se torna um simples ato de depositar, e neste processo o professor o
depositante e o aluno depositário. Infelizmente, a pedagogia utilizada na maior
parte das escolas e principalmente na modalidade de Jovens e Adultos, prima o
ensinar para decorar e depois reproduzir o que foi decorado sem questionar. Não
devemos mais desenvolver uma escola do subdesenvolvimento, e sim é preciso
ensinar para a libertação, De acordo com Freire “ninguém educa ninguém, ninguém
educa a si mesmo, os homens educam-se entre si, mediatizados pelo mundo”
(FREIRE 2001 p.68). Ou seja, a educação
problematizada é uma prática de liberdade, exigindo de seus personagens uma
nova concepção de comportamento. O processo ensino aprendizado é uma dicotomia
onde ambos fazem parte desse processo o aprendiz aprendendo com o professor e o
professor aprendendo com o aprendiz. Santos, afirma que “ensinar não è
transmitir dogmaticamente conhecimentos, mas dirigir e incentivar com
habilidade e método, a atividade espontânea e criadora do educando. Nessas
condições, o ensino compreende todas as operações e processos que favorecem o
curso vivo e dinâmico de aprendizagem” (SANTOS 1961 p48).
Considerações Finais
Neste
contexto, torna-se necessário a implementação da concepção do desenvolvimento sustentável no sistema de Educação Profissional Integrada a Educação
Básica na Modalidade de Jovens e Adultos, tendo em vista o significado
para a vida dos trabalhadores, diante das demais alternativas e inserção na
sociedade, considerando-se motivados a uma vida digna na esfera econômica.
A discussão
sobre desenvolvimento é muito ampla, o que nos traz a possibilidade de dialogar
com mais profundidade sobre o assunto. Portanto, nosso intuito é oferecer uma
contribuição, na forma de uma apresentação geral e introdutória, tendo por base
esses autores principais, nas possíveis formas de abordagens sobre o
desenvolvimento, ora respeitando um aspecto, ora levando em consideração
aspectos mais amplos.
Percebemos que o
desenvolvimento nunca saiu de cena e nunca perdeu importância, para sobreviver
o desenvolvimento ora manteve sua ligação com o crescimento econômico, ora foi
adjetivado, ou ainda, foi “cobrado” por novas abordagens, que privilegiassem
aspectos sociais, políticos e éticos.
Empiricamente
vemos o desenvolvimento cada vez mais vivo, em todas as suas formas,
principalmente, nos discursos políticos de
grandes empresas, que insistem em reproduzir que o desenvolvimento é a grande
solução, e, que obtém sucesso pela grande capacidade de persuasão dessa
concepção.
O ensino através
do sistema de Educação
Profissional Integrada a Educação Básica na Modalidade de Jovens e Adultos
é um reflexo da permanência e da transformação da concepção de desenvolvimento
sustentável. Porém, acreditar no desenvolvimento sustentável é acreditar no
desenvolvimento da vida humana como um todo.
Referências
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SANTOS, M. A
Natureza do Espaço; Editora EDUSP. 2004
Contribuições para a Prática Pedagógica no PROEJA.
Contribuições
para a Prática Pedagógica no PROEJA.
Yolmar Freire
RESUMO
O
objetivo desse artigo é contribuir para a prática pedagógica especificamente no
PROEJA. Diante da imensa diversidade Geo-histórica, social e cultural que
caracteriza cada lugar, percebe-se que toda essa diversidade reflete-se
diretamente no comportamento, hábitos e costumes de cada povo, especialmente
aos excluídos do sistema capitalista. Diante desse contexto nos perguntamos. As
especificidades de cada lugar são levadas em consideração para práticas em sala
de aula, bem como, a educação está cumprindo o seu papel de inserção do homem
ao meio? Portanto, o intuito é oferecer uma contribuição, na forma de
uma apresentação geral e introdutória, tendo por base os principais autores, nas
possíveis formas de abordagens.
Palavras – chave: Educação Profissional
Integrada à Educação Básica na Modalidade de Jovens e Adultos,
Ensino-aprendizagem, aspectos culturais.
ABSTRACT
The purpose of this article is to contribute to
the pedagogical practice specifically in PROEJA. Faced with the immense
diversity Geo-historical, social and cultural development that characterizes
each place, realizes that all this diversity is reflected directly in behavior,
habits and customs of each people, especially those excluded from the
capitalist system. Given this context ourselves. The specificities of each
place are taken into consideration to practices in the classroom, as well as,
education is fulfilling its role as a middle man insertion? Therefore, the aim
is to offer a contribution in the form of a general introductory presentation
and, on the basis of the principal authors, on possible ways of approaches.
Key Words: Professional education – Integrated basic education
in youth and adult Education of youths and adults, teaching and learning,
cultural aspects.
INTRODUÇÃO
O objetivo central desse artigo está relacionado á formação e ao
cotidiano dos professores que atuam na educação, quando a área de estudos é a
Educação de Jovens e Adultos, a esse problema se acrescenta mais um, que em na
maioria das vezes acaba sendo postulado como uma tradução sintética dos demais,
a falta de formação especifica dos profissionais que trabalham nessa modalidade
de ensino. O intuito e oferecer uma contribuição, na forma de apresentação
geral e introdutória sabendo que a Educação Profissional Integrada à Educação
Básica na Modalidade de Jovens e Adultos, tem como público, especialmente aos
excluídos do sistema capitalista, um contingente populacional na sua maior
parte necessita de uma qualificação profissional, pois muitos estão fora do
contexto escolar, não são escolarizado o suficiente e não têm a qualificação
profissional especifica para ocupar os postos de trabalho que são oferecidos,
buscam na Educação Profissional Integrada à Educação Básica na Modalidade de
Jovens e Adultos uma solução imediata para serem inseridos no mundo do
trabalho.
Acreditamos
que uma escolarização baseada na proposta da politecnia de Saviani, atenderia
com eficiência a uma população que necessita ser inserida em caráter
emergencial no mercado de trabalho bem como oportunizar uma continuidade
de sua cidadania plena no mundo do trabalho, pois uma educação
politécnica possibilitaria ao indivíduo um desenvolvimento pleno, e não uma formação “unilinear”, ou seja, uma
única formação". Fundamenta-se em três
grandes eixos: ensino de ciências e línguas, educação física e educação e
produção. A união dessas três categorias desenvolveria um elemento importante
para o sujeito. Essa educação deve ser vista através da: Unilateralidade, ou
seja, uma educação única e inquestionável. Ominilateralidade, ou seja, uma
educação plural, múltipla que desenvolveria diversas potencialidades nos
sujeitos. Leitura tradicional, centrada na memorização de elementos pré-estabelecidos
por uma estrutura centralizadora. Leitura anarquista, onde não existiria regras
para o processo educativo, pois os sujeitos são livres para estudar e produzir
o que bem entenderem.
Saviani afirma que a proposta de uma educação
baseada na politecnia “é uma experiência que pode trazer importantes subsídios
para se repensar a direção do sistema de ensino no país” (SAVIANI, 1989 p. 02)
ele ainda afirma que “na formação dos homens, deve-se considerar o grau
atingido pelo desenvolvimento da humanidade. Conforme se modifica o modo de
produção da existência humana, portanto, o modo como o homem trabalha, muda as
formas pelas quais os homens existem” (idem, 1989 p.4). Dermeval Saviani é Doutor
em Filosofia da Educação pela PUC São Paulo e Pós-Doutor pela Universita Degli
Studi de Bologna- Itália. Professor emérito da Faculdade de Educação da
Universidade de Campinas, pesquisador do CNPq, nasceu em Santo Antônio de Posse - SP, em 03 de fevereiro de 1944, concluiu
o Curso primário, em 1954, e em 1959, o Curso ginasial no Seminário Nossa
Senhora da Conceiçăo, em Cuiabá. Estudou no Seminário de Aparecida, em SP, onde
concluiu em 1962 o Curso Colegial, continuou os estudos de Filosofia na
Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Săo Bento da PUC/SP, concluiu seu
curso de Filosofia, em 1966. Lecionou Filosofia em escola pública e por volta
de 1966 passou a trabalhar em um órgăo da Secretaria de Educaçăo de Săo Paulo.
Em 1967 atuou como professor do Curso de Pedagogia da PUC/SP e ajudou a
criar os Cursos de Mestrado e Doutorado em Filosofia da Educaçăo nessa
Instituiçăo. Em 1970 foi lecionar na recém criada Universidade Federal de Săo
Carlos onde ajudou a implantar em 1976 o Mestrado em Educaçăo, em convênio com
a Fundaçăo Carlos Chagas. Concluiu em 1971 o Doutorado, na área de Ciências
Humanas: Filosofia da Educaçăo, na Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de
Săo Bento, da PUC/SP. Em 1978 retornou como professor da PUC/SP e ajudou a
criar o Doutorado em Educaçăo nesta Instituiçăo. Em 1986 concluiu a Livre
Docência na área de Ciências Humanas: História da Educaçăo na Faculdade de
Educaçăo da UNICAMP. Em 1988 coordenou o programa de pós-graduaçăo da UNICAMP.
Atualmente é professor na UNICAMP.
EDUCAÇÃO PROFISSIONAL INTEGRADA À EDUCAÇÃO BÁSICA NA
MODALIDADE DE JOVENS E ADULTOS/EJA.
O processo de ensino-aprendizagem é composto por muitas
variáveis. Tais como: metodologia e recursos institucionais, as diferenças
individuais do aprendiz: classe social, idade, religião, aptidão, estilo de
vida, o contexto da aprendizagem, o professor etc., são aspectos que devem ser
considerados justamente para a definição dos objetivos pedagógicos.
A Educação Profissional Integrada à Educação Básica na Modalidade de
Jovens e Adultos/PROEJA visa
oferecer oportunidades educacionais aos jovens e adultos que não concluíram o
ensino fundamental bem como aos que concluíram o fundamental e não cursou
nenhum curso profissionalizante à nível técnico ou médio, para com isso as oportunidades
de empregabilidade possam chegar a esses atores.
A respeito da educação básica de Jovens e Adultos no Brasil, pode-se
afirmar que predominam iniciativas individuais ou de organizações isoladas,
acarretando, contradições e descaso dos órgãos responsáveis. Por outro lado, a
cada dia, aumenta a necessidade social por políticas permanentes nessa esfera.
Tais políticas devem pautar o desenvolvimento de ações baseadas em princípios
epistemológicos que resultem em um corpo teórico bem estabelecido e que
respeite as dimensões sociais, econômicas, culturais e afetivas do jovem e do
adulto em situação de aprendizagem escolar.
O PROEJA foi criado pelo decreto nº. 5.478, de 24/06/2005, que expressou
a vontade governamental de atender a uma demanda de Jovens e Adultos que por
suas especificidades são excluídos do sistema educacional, seja no ensino
fundamental ou no ensino médio.
Esse
contingente populacional na sua maior parte necessita de uma qualificação
profissional, muitos estão fora do contexto escolar, e não é escolarizado o
suficiente para ocupar os postos de trabalho que são oferecidos, busca na
Educação de Jovens e Adultos uma solução imediata para serem inseridos no
mercado de trabalho. Acreditamos que uma escolarização baseada na proposta da
politecnia de Saviani, atenderia com eficiência essa população que necessita
ser inserida em caráter emergencial no mercado de trabalho bem como
oportunizar uma continuidade de sua cidadania plena no mundo do trabalho.
Saviani
afirma que a proposta de uma educação baseada na politecnia “é uma experiência
que pode trazer importantes subsídios para se repensar a direção do sistema de
ensino no país” (SAVIANI, 1989 p. 02) ele ainda afirma que “na formação dos
homens, deve-se considerar o grau atingido pelo desenvolvimento da humanidade.
Conforme se modifica o modo de produção da existência humana, portanto, o modo
como o homem trabalha, muda as formas pelas quais os homens existem” (Idem,
1989 p.4). A partir da 2ª Guerra
Mundial, a cargo do Estado. Até este período, a Educação Popular era concebida
como extensão da Educação formal para todos, sobretudo para os menos
privilegiados que habitavam as áreas das zonas urbanas e rurais. Em 13 de junho de 2005, por
meio da Portaria nº
2.080, o Ministério da Educação estabeleceu, na esfera dos Centros
Federais de Educação Tecnológica (Cefet), das Escolas Técnicas Federais, das
Escolas Agrotécnicas Federais (EAF) e das Escolas Técnicas Vinculadas às
Universidades Federais as diretrizes para a oferta de cursos de educação
profissional integrada com o ensino médio na modalidade de educação de jovens e
adultos.
Estando às diretrizes estabelecidas, o MEC optou pela criação de um programa que abrangesse cursos com essa configuração. Assim, no dia 24 de junho do mesmo ano, foi promulgado o Decreto nº 5.478, que instituía, no âmbito das instituições federais de educação tecnológica, o Programa de Integração da Educação Profissional ao Ensino Médio na Modalidade de Educação de Jovens e Adultos. Este Decreto foi revogado, em 13 de julho de 2006, pelo Decreto nº 5.840 que, entre outras mudanças, alterou o nome para Programa Nacional de Integração da Educação Profissional com a Educação Básica na Modalidade de Jovens e Adultos. Estão entre os fundamentos do programa as discussões sobre a integração entre formação geral e formação profissional, travadas desde os anos 80 e tendo como marco a promulgação do Decreto nº 5.154, de 23 de julho de 2004.
Ainda contribuíram
para sua criação, os debates sobre as possibilidades das instituições federais
de educação tecnológica atuarem na educação de jovens e adultos. Essas
negociações já vinham se desenvolvendo desde o seminário nacional “Ensino
Médio: Construção Política”, maio de 2003, e os três encontros nacionais de
educação profissional acontecidos, em 2004, nas cidades de Natal, São Paulo e
Curitiba. No entanto, a implantação do programa trazia consigo diversos
desafios políticos e pedagógicos. Como construir um currículo integrado
considerando as especificidades desse público tão diverso; quais os
instrumentos para reconhecimento dos saberes adquiridos em espaços não-formais
de aprendizagem; como articular as diferentes políticas sociais e qual o papel
da escola pública são algumas das questões trazidas pelo PROEJA.
Diante desses desafios, a Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (Setec/MEC) optou, ainda em 2005, pela realização de sensibilização para a implementação do Programa nas instituições federais. Participaram dessas oficinas diretores de ensino, gerentes e coordenadores pedagógicos das escolas federais, além de alguns gestores estaduais de Educação Profissional.
Os
subsídios colhidos nas oficinas de sensibilização apontavam para a precisão de
aprofundamento nas diretrizes do Programa, com a explicitação de fundamentos,
conceitos e princípios relativos à proposta. Assim, no final de 2005 foi
instituído um grupo de trabalho formado por representantes da Rede Federal de
Educação Profissional Tecnológica, do Fórum Nacional de Educação de Jovens e
Adultos e de pesquisadores de universidades brasileiras para a elaboração do
primeiro documento-base PROEJA voltado especificamente para o nível médio –
educação profissional técnica de nível médio com ensino médio.
Após
a produção da minuta do documento, buscou-se promover um debate amplo entre
atores interessados nos campos de atuação do programa: educação profissional,
ensino médio e educação de jovens e adultos. Nessa discussão, destaca-se a
participação do Fórum Nacional dos Gestores Estaduais de Educação Profissional.
Dessa
forma, foi assinado o Decreto nº 5.840/2006, que, além do nome, conforme citado
anteriormente, traz as seguintes novas orientações: amplia para todos os
sistemas públicos de ensino e para as instituições do Sistema Nacional de
Aprendizagem Social (Sistema S) a possibilidade de atuar como proponente,
porém, mantendo a obrigatoriedade para a Rede Federal; amplia a abrangência
para toda a educação básica na modalidade EJA; inclui a possibilidade de oferta
de cursos na forma concomitante, além da forma integrada; prevê a conclusão dos
estudos e a respectiva certificação a qualquer tempo desde que demonstrado o
domínio dos conteúdos do nível de ensino e institui um Comitê Nacional para
acompanhamento e controle social da implementação nacional do PROEJA, em que a
composição, as atribuições e o regimento serão definidos conjuntamente pelos
Ministérios do Trabalho e Emprego e da Educação.
A partir dessas alterações, surgiram novas demandas no sentido da produção de referenciais teóricos. Nesse sentido, a Setec tem promovido a elaboração de Documentos-Base orientadores, tendo em vista as especificidades de algumas áreas profissionais e de determinadas populações.
No que diz respeito à educação básica de Jovens e Adultos no Brasil,
pode-se afirmar que predominam iniciativas individuais ou de organizações
isoladas, acarretando, contradições e descaso dos órgãos responsáveis. Por
outro lado, a cada dia, aumenta a demanda social por políticas perenes nessa
esfera. Tais políticas devem pautar o desenvolvimento de ações baseadas em
princípios epistemológicos que resultem em um corpo teórico bem estabelecido e
que respeite as dimensões sociais, econômicas, culturais e afetivas do jovem e
do adulto em situação de aprendizagem escolar.
APRENDENDO A APRENDER
O esforço
político e pedagógico no sentido do reconhecimento do estatuto próprio da
Educação de Jovens e Adultos já vem sendo realizado há tempos por agentes e
instituições diversas. Apesar da descontinuidade das políticas e da escassez de
núcleos de pesquisa na área, a verdade é que os serviços públicos que atendem à
demanda por esse serviço vêm conseguindo manter-se mesmo nas condições mais
adversas, animando iniciativas de sistematização de experiências ou diretrizes
por parte de educadores, além do interesse de pesquisadores ligados a
universidades ou organizações não-governamentais. Com suas potencialidades e
fragilidades, a Educação de Jovens e Adultos tem uma história feita de muitas
histórias.
No Brasil, na América Latina e nos demais continentes, cada uma com suas
peculiaridades, nas quais o esforço por construir uma identidade própria é uma
constante, uma das questões que nos chama a atenção se refere aos conteúdos a
serem trabalhados, pois ao longo dos anos as disciplinas lecionadas nas escolas, foram se
tornando disciplinas de memorização, não respeitando o conhecimento adquirido
pelo aluno, o lugar onde vive o seu cotidiano ou mesmo, sua base cultural,
sabemos que na Educação Profissional Integrada à Educação Básica na Modalidade
de Jovens e Adultos, o educando tem uma história de vida que deve ser
respeitada e levada em consideração para que a prática pedagógica possa fazer
com que este indivíduo desenvolva uma criticidade a partir de seus próprios
conhecimentos.
Na
história da educação a memorização se tornou uma prática entre os professores,
a pedagogia da memorização contribuiu para a abstração crescente, e ao mesmo
tempo para alienar as gerações de alunos que classificaram os conteúdos como
matérias de memorização. Umbelino “afirma que os professores e alunos são treinados
a não pensar sobre e o que é ensinado e sim, a repetir pura e simplesmente o
que é ensinado” (UMBELINO, 2003 p28).
Atualmente,
os alunos em aula não desenvolvem o básico a que se destina à escrita,
provavelmente, por que tiveram uma formação deficitária, formação essa que ao
longo dos anos não se preocupou como deveria com o processo de aprendizado
baseado na leitura e interpretação em associar a teoria e a prática e sim em
uma construção do conhecimento, através de teorias preparadas dentro de gabinetes
que muitas vezes são elaboradas por quem nunca esteve dentro de uma sala de
aula, principalmente na Educação de Jovens e Adultos. Sem dúvida, a
funcionalidade das aprendizagens constitui um fator de motivação aos que por
muito tempo ficou longe da escola, mas a consideração de necessidades práticas
geradas em contextos de vivência não deve comprometer outros aspectos que dão
sentido à educação escolar e que lhe são específicos.
A orientação do ensino para exigências do mundo do trabalho ou qualquer
outro contexto específico de vivência não deve implicar a renúncia ao
distanciamento crítico em relação à realidade imediata. Entretanto, também é de
extrema relevância a análise de como saberes e competências relacionados aos
contextos existenciais dos jovens e adultos trabalhadores poderiam ser
abordados pedagogicamente de modo a fazer avançar sua capacidade crítica,
criatividade e autonomia, e não meramente como capacitação para tarefas
específicas, sem maior relevância.
Um conjunto de estudos que certamente pode subsidiar a ação dos
educadores de jovens e adultos nessa direção é o que aborda as especificidades
do conhecimento prático ou espontâneo, tendo como contraponto os conhecimentos
teóricos, científicos ou escolares. Acreditamos que a prática pedagógica pautada nos
saberes culturais e sociais dos alunos associada à teoria sociointeracionista e
fundamental para que o ensino da leitura e da interpretação tenham um
significado.
Existem alguns princípios importantes a serem considerados por todos os
que se preocupam com a aprendizagem do aluno, principalmente na Educação
Profissional Integrada a Educação Básica na Modalidade de Jovens e Adultos.
Desenvolver o aprendizado em um contexto que tenha um significado, aproveitando
o lugar onde vive e se relaciona bem como seu ambiente de trabalho, sem dúvida
é uma alternativa que se deve levar em consideração. No entanto, o que
vivenciamos é uma escola onde o professor como agente principal é responsável
pelo ensino, sendo as atividades centralizadas em suas qualidades e
habilidades, estando mais preocupados com os conteúdos a ser trabalhados e não
se preocupando com o aprendizado, contribuindo assim para uma baixa alto-estima
do aluno especialmente neste grupo de pessoas.
Paulo Freire, em sua obra Pedagogia da Autonomia – Saberes necessários à prática educativa
enfatiza que ensinar exige respeito aos saberes dos educandos, devendo-se
discutir com os alunos a razão de ser de alguns desses saberes e relacioná-los
com o ensino de conteúdos.
Por que não aproveitar a
experiência que têm os alunos de viver em áreas da cidade descuidadas pelo
poder público, por exemplo, a poluição dos riachos e córregos e os baixos
níveis de bem-estar das populações, dos lixões e os riscos que oferecem à saúde
das gentes. Por que não lixões no coração dos bairros puramente remediados dos
centros urbanos? Por que não discutir com os alunos a realidade concreta a que
se deva associar a disciplina cujo conteúdo se ensina (...). Por que não
estabelecer uma necessária “intimidade” entre os saberes curriculares
fundamentais aos alunos e a experiência social que eles têm como indivíduos?
Por que não discutir as implicações políticas e ideológicas de um tal descaso
dos dominantes pelas áreas pobres da cidade? A ética de classes embutida neste
descaso? (FREIRE, 2002, P. 33-34).
Diante desse contexto, percebemos que o perfil do professor não mudou.
Na verdade, são poucos os que fogem do conceito de educação bancária, ou seja,
o saber não passa de uma doação dos que se julgam detentores do conhecimento,
aos que julgam não saber nada, cabendo então aos donos do conhecimento,
transmitir, passar, dar o grande saber.
Em lugar de comunicar-se, o educador faz
”comunicados” e depósitos que os educandos, meras incidências, recebem
pacientemente, memorizam e repetem. Eis aí a concepção “bancária” da educação,
em que a única margem de ação que se oferece aos educandos é a de receberem
depósitos, guardá-los a arquivá-los. Margem para serem colecionadores ou
fichadores das coisas que arquivam. No fundo, porém, os grandes arquivados são
os homens, nesta (na melhor das hipóteses) equivocada concepção “bancária” da
Educação (FREIRE 2001 p.58).
Nesta ótica, a educação se torna um simples ato de depositar, e neste
processo o professor o depositante e o aluno depositário. Infelizmente, a
pedagogia utilizada na maior parte das escolas e principalmente na modalidade
de Jovens e Adultos, prima o ensinar para decorar e depois reproduzir o que foi
decorado sem questionar. Não devemos mais desenvolver uma escola do
subdesenvolvimento, e sim é preciso ensinar para a libertação, De acordo com
Freire “ninguém educa ninguém, ninguém educa a si mesmo, os homens educam-se
entre si, mediatizados pelo mundo” (FREIRE 2001 p.68).
Ou seja, a educação problematizada é uma prática de liberdade, exigindo
de seus personagens uma nova concepção de comportamento. O processo ensino
aprendizado é uma dicotomia onde ambos fazem parte desse processo o aprendiz
aprendendo com o professor e o professor aprendendo com o aprendiz. Santos,
afirma que “ensinar não è transmitir dogmaticamente conhecimentos, mas dirigir
e incentivar com habilidade e método, a atividade espontânea e criadora do
educando. Nessas condições, o ensino compreende todas as operações e processos
que favorecem o curso vivo e dinâmico de aprendizagem” (SANTOS 1961 p48).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O homem percebido como coletividade ou como indivíduo, é
movido por interesses, e esses ditam quais conteúdos terão prioridade e quais
padrões serão tidos como de valia para a educação. A educação, como ato humano,
tem vínculos diretos com os modos de compreender, de agir e de explicar a
realidade. Ela não é um ato súbito, gesta-se e desenvolvem-se em meio a
conjunturas, implicadas de circunstâncias sociais, políticas, metodológicas,
econômicas e culturais, de tal forma que mudanças ocorridas na organização
política e jurídica e nos modos de produzir e de comercializar exercem
influências significativas na educação e até nas ciências.
Dessa forma, é o momento em que as sociedades
pós-modernas desenham a quebra das barreiras entre as ciências, provocando
trocas, interações – num cenário epistemológico complexo – trazendo à tona a
necessidade de novos conhecimentos. Nessa realidade, os conhecimentos
originados na Biologia, na Matemática, nas Ciências Sociais e Humanas se
entrecruzam e se fazem presentes em atividades do cotidiano, imbricados de tal
forma que a ambigüidade, a diversidade e a discórdia não constituem obstáculos,
mas sim terreno fértil para a construção de sentidos e para aberturas
conceituais. Grande parte de estudos feitos sobre a educação não tem encontrado
elos entre seus achados e a prática dos educadores, sendo este um dos aspectos
que favorece a dicotomia prática/teoria.
Se fôssemos levar em consideração as recomendações
tecidas por Paulo Freire ao longo de sua obra, poderíamos, seguramente, dizer
que a prática da pesquisa em educação no País, para ser relevante, deveria
estar vinculada às preocupações e necessidades reais dos educadores. Tal qual a
docência, a prática da pesquisa necessitaria ser dialógica. Ela deve estar
sempre confrontando seus achados com o cotidiano de quem vive o dia-a-dia do
fazer educação. Desse ponto de vista, não há como serem indispensáveis estudos
que saciam apenas a curiosidade do pesquisador, sem que extrapolem a redoma de
sua sala de aula.
A relevância do papel do professor, situando-o como
sujeito – real concreto – de um fazer docente, no que esta guarda de
complexidade, importância social e especificidade, inclui dar-lhe a voz que
precisa ter na produção de conhecimento sobre sua prática e mantê-lo no
processo constante de formação continuada, para que possam dar conta, no seu
cotidiano profissional, das mudanças substantivas e plurais que ocorrem em
escala planetária, numa velocidade cada vez maior, neste início de século.
Devemos conceber o ensino em uma perspectiva multidisciplinar, considerando que
nos tempos e espaços atuais é fundamental que se pense a Educação de maneira
integrada e não-fragmentada o que, infelizmente, ainda acaba por acontecer nas
formações gerais de muitos professores, nas universidades brasileiras.
Nas ações de educação inicial e continuada de
professores, a partir do seu contexto de trabalho, naturalmente surge à
necessidade de discussão de estratégias de ensino e de recursos didáticos.
Nesse sentido, uma questão preocupante é o significado do ensinar e do aprender
e as implicações para as estratégias de ensino adotadas pelos professores. A
dissociação entre o ensinar e o aprender está presente tanto no discurso
cotidiano como em teorias psicológicas sobre a aprendizagem e sobre o
desenvolvimento psicológico.
Concluímos então
que esse processo precisa ser discutido no âmbito educacional. Somente uma
escola centrada democraticamente nos educandos e em seu contexto local, vivendo
as suas circunstâncias, integradas ao seu meio, levará os estudantes a uma nova
postura diante de seu espaço. Uma escola que se faça verdadeiramente parte de
seu entorno e dê sua comunidade para se fazer um lugar onde o aprender a aprender
será discutido no âmbito da própria comunidade.
A discussão sobre a Educação Profissional Integrada à Educação Básica na Modalidade de
Jovens e Adultos de Jovens e Adultos é muito ampla, o que nos traz a
possibilidade de dialogar com mais profundidade sobre o assunto. Portanto, o
intuito é oferecer uma contribuição, na forma de uma apresentação geral e
introdutória, tendo por base esses autores principais, nas possíveis formas de
abordagens sobre Educação Profissional
Integrada à Educação Básica na Modalidade de Jovens e Adultos de Jovens e
Adultos, ora respeitando um aspecto, ora levando em consideração
aspectos mais amplos.
Esta investigação tem como ponto principal contribuir para que práticas
pedagógicas sejam desenvolvidas na Educação Profissional Integrada à Educação
Básica na Modalidade de Jovens e Adultos de Jovens e Adultos, respeitando todas
as diversidades do lugar e as especificidades do educando, levando em
consideração as práticas desenvolvidas nesta modalidade
.
Esta reflexão contribuirá para que professores juntamente com a
comunidade escolar possam estar utilizando metodologias onde o educando também
faz parte do processo ensino aprendizagem, e que as especificidades de cada
lugar e de seus atores devem estar sempre em pauta das discussões, e que a
teoria e a prática são os caminhos para um aprendizado onde o nosso aluno terá
maior condição de ter um olhar holístico-crítico de seu próprio meio.
BIBLIOGRAFIA
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Sobre
a concepção de politecnia.
Rio de Janeiro: Fio Cruz, Politécnico da Saúde Joaquim Venâncio, 1989.
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